6 de out. de 2011

Reflexo Imperfeito. 2ª Parte

Desculpem a demora, a falta de criatividade tomou conta ultimamente, e a pedidos, escrevi o texto maior. Espero que gostem


Olhou para as telas de seus computadores, e conseguiu ver que havia novas mensagens, passou pela imensa sala até chegar aos computadores, "E ai grande homem, como está o novo projeto? soube que chegou nas fases de teste.", deu uma olhada aos ratos dentro de suas jaulas, observou que um já estava mais quieto do que os outros, soltou um sorriso vitorioso, e respondeu a mensagem, "Sim, e até agora está dando certo, vou precisar de testes em humanos.", cruzou os braços e olhou as horas, eram 20:16, esperou que a mensagem fosse demorar, mas a resposta veio quase que instantâneamente, "Amanhã vamos procurar um voluntário", Zack soltou um sorriso debochador ao ler a mensagem, "voluntário? como se esses mendigos tivessem mesmo opção de escolha, agora tenho que criar a cura", colocou o jaleco que estava sobre a cadeira, e se ocupou em estudar seu novo projeto. Enquanto estudava coisas microbiológicas, o rato ia indo para um canto se acolher dentre as palhas que ali haviam.
Olhou seu relógio de pulso, já eram 11:38 "Meu Deus! Nem vi a hora passar." Tirou seu jaleco, e o colocou na cadeira, não tinha descoberto ainda a cura, mas estava quase lá. Chegando ao seu quarto depois do banho, toma seu remédio de dormir que ele mesmo projetou, tomou um gole de água que sempre deixava na cabeceira antes do banho, se olhou no espelho, imaginou o trajeto de sua vida até chegar ali, teve um pai, Richard que lhe ensinou tudo o que sabe sobre biologia e ciência, mas Zack levou isso para o lado negativo, o que sempre causou tristeza no seu pai, antes que pudesse mudar, seu pai morreu por contaminação, e hoje estava ele, Zack, com seus 28 anos de vida, fazendo o trabalho sujo para o governo, criar doenças que levam a morte, e depois criar a cura. Tinha uma empresa de remédios no seu nome, que foi herdada de seu pai, e ninguém nunca suspeitara do seu trabalho, pois todos conheciam seu pai, e sabiam do que Richard era capaz, e sabiam que Richard tinha ensinado tudo ao seu único filho. Embora seu trabalho seja um pouco puxado, sua juventude física continua intacta, cabelos negros e curto, olhos castanhos, e pele branca. Começara a ficar tonto por causa do remédio, deita-se na cama, apaga as luzes do quarto, e liga o alarme da casa projetado por Jersey Seann, seu colega, que cuidava dos alarmes do governo, precisava de uma boa segurança, já que faz o trabalho que faz.

Obrigada por ler, dêem dicas, opinem, etc etc!

21 de set. de 2011

Reflexo Imperfeito. 1ª Parte.

Depois de um tempo sem escrever por falta de tempo, estamos voltando... Não tem título ainda, mas creio que na próxima postagem vai ter um título.

O que mais poderia lhe causar incômodo, além dos trens que passavam em frente à sua casa? Ah sim, os aviões que por ali sobrevoavam. Preparava o café enquanto nos noticiários mostravam policiais prendendo pessoas que roubavam comida, "tanto bandido de verdade na rua, e eles prendem quem sente fome", soltou um sorriso debochador, pegou seu café, passou pelo corredor até chegar a uma sala nos fundos, com portas retratos velhos e uma estante com poucos livros, com a xícara na mão, pôs a outra no bolso da calça, olhou ao seu redor com um tanto orgulho, puxou o tapete e abriu uma porta que dava para o subsolo, ao chegar lá em baixo, ligou as luzes, todos os seus carros e motos estavam ali, Ferrari, Volvo, Mazda... "Ainda bem que existe essa gente passando fome para manter os policiais ocupados."

Postarei apenas isso de ínicio, aceito críticas e sugestões.

17 de mar. de 2011

Não espere o amanhã.

Já havia se passado uma hora do horário de término das aulas, mas estavam George e seus amigos atrás de uma fábrica abandonada fumando, observava Karen, entre todos os outros, ela era a mais quieta, mais pensativa, sempre que a olhava, lembrava-se de quando crianças que eram sempre os dois, unidos, quanto mais cresciam, mais Karen se afastara dele, e quanto mais a perdia, mais percebia que a amava, sabia que havia algo de errado com ela, sempre quis saber, mas não sabia como, queria ajuda-la em tudo que ela precisasse, mas sempre travava ao tentar conversar com ela, ele via ali, uma garota que não se preocupava com suas roupas, cabelos negros, e olhos claros, a pele era mal cuidada, mas ele sonhava em um dia poder senti-la. Aproximou-se de Karen, hoje ela estava mais preocupada do que o normal, por mais que ninguém percebesse George sempre a observava.
- Hey Karen, está tudo bem com você? – A voz saiu meio tremida, mas ao menos conseguiu conversar com ela.
- Ah... Sim, está tudo bem, deve ser o efeito do pó. – Karen solta um riso, mas George sabia que era forçado. – Tenho de ir, meus pais devem estar preocupados. – Karen lhe solta um riso, George se admira com as covas que formam em seu rosto. Não pensou duas vezes, esperou ela sair, e a seguiu, ela andava com passos curtos, e de cabeça baixa, chegando a sua rua, ela joga o cigarro mal terminado em uma poça, e para no mesmo instante observando a poça, George não entendera, mas parou atrás de um poste ali presente, e fingiu ler o anúncio de festa que estava colado no mesmo, Karen observa mais a frente, e vê seu pai chegando a sua casa, e começa a andar, George a segue, com cuidado, a olha entrando em casa, e fica ali parado, por alguns instantes, lembrando de todo o tempo que passaram juntos, do tempo que andavam de bicicleta, dos piqueniques, do dia em que ele encostara em sua mão sem querer, aquele dia sim, foi um sonho, mas Karen se distanciou, sem mais nem menos. Foi andando até a sua casa, lembrando-se dos bons momentos, e em algo que poderia os unir novamente. Chega a casa, e toma um banho, tentando aliviar a dor que sentia, mas a dor ficava cada vez mais intensa, queria Karen ao seu lado, custe o que custar, desliga o chuveiro, e escuta o telefone tocar, e logo em seguida sua mãe, com voz de preocupação, George se veste o mais rápido possível, e vai ouvir sua mãe lhe dar a notícia.
- É Karen filho, aquela sua amiga, lembra? Está no hospital. – George não escuta o que mais sua mãe tinha a dizer, e sai às pressas de casa, corre pelas ruas, como se aquele dia era o último dia de sua vida, sabia que algo de errado havia com ela, chega ao hospital, e pôde ver a mãe de Karen aos prantos, ele corre até ela.
- O que houve com ela? – George estava desesperado.
- O pai dela, eu nunca consegui o segurar, ele sempre... ele sempre... – George a entendeu, e fez um sinal para ela parar. – Hoje foi de mais, ele chegou muito bêbado, e ela parecia feliz, pela primeira vez, ele... ele fez coisas horríveis, George, sempre fez, eu não pude fazer nada, eu não podia... – Ela voltou aos prantos, George viu o quarto em que ela estava e segue as pressas, viu Karen no pior estado, estava com a cabeça enfaixada, olho roxo, e corte na boca, arranhões no corpo, cheia de machucados.
- Karen... – Não soube o que dizer, uma lágrima foi visível escorrer pelo seu rosto, Karen abre os olhos, e o olha, as lágrimas surgiram em seus olhos, quase pedindo socorro. – Eu te amo tanto... – E foi tudo o que conseguiu dizer a ela.
- George... – Ela fazia forças para falar. George pega a sua mão. – Desde pequena eu sabia que era você, sempre foi você. – Ela fechou os olhos por alguns segundos, George sentiu a força que ela fazia na sua mão, e abriu os olhos, as lágrimas escorriam sobre o seu rosto. – Eu sempre o amarei... – Então ela fecha os olhos novamente, alivia a força que fazia na mão dele, e George escutou o apito constante vindo do aparelho que media seu coração. As pessoas que estavam no hospital conseguiram ouvir o grito de George ecoar pelos corredores.

16 de fev. de 2011

Seu Melhor Amigo.

Olá caros leitores, vim falar um pouco de mim. Sei que me conhece, mas faço questão de vir e te falar um pouco mais. Meus primeiros ancestrais foram criados pelos seus ancestrais na América Central por volta do século IX, os humanos gostaram de mim, e a idéia foi se espalhando pelos países, eles me vestiam de várias formas, bambu, palha de milho, várias plantas, então por volta do século XVII foi criada uma roupa especifica para mim, era chamado de “papelate”, o pintor Francisco de Goya que gostou, e fez várias pinturas em que eu estava presente. Vieram as guerras, e mais guerras, e quem fazia sucesso entre as tropas era eu, alguns soldados pagavam mais de 100 francos por mim, eles iam lá, e se matavam, matavam uns aos outros, mal sabiam eles que eu poderia mata-los também, me levaria alguns anos, mas eu poderia, e eles pagavam 400 francos por mim. Século XX, publicidade e marketing foram meus parceiros, fui espalhado à tona pelas pessoas. Sou um ponto para a sensualidade para alguns, aproveite minha donzela, aproveite, por que amanhã você pode estar morta por querer ser tão sensual. Mal sabem eles, mato quem me usa aos poucos, e como bônus, mato quem está próximo de mim também, hoje infelizmente criaram zonas em que eu não posso entrar, mas em compensação os próprios humanos adicionaram algo em mim, com que fizesse eu ser mais agradável, até os jovens gostaram, sem eles perceberem, fiquei mais forte, e fui matando jovens também. O engraçado é que os humanos me criam, se viciam em mim, e depois de um tempo, eu os mato, e isso fica se repetindo, se repetindo... Esqueci de me apresentar, no começo eu não tinha um nome especifico, me chamavam de várias coisas que se pareciam com Cigarra, pelo fato de eu parecer esse inseto, mas hoje me chamam de Cigarro.

Quando Tudo Voltar

Meg sentou-se da beira do cais, tocou levemente com a ponta dos seus pés, a água. Ela estava fria, o que lhe provocou um longo arrepio que percorreu por todo seu corpo, fazendo os pelos do sua nuca se erguerem em protesto. Aquela era uma menina quieta, mas não fechada, só não sentia a necessidade de toda hora falar, mas quando necessário mostrava o quão forte era sua personalidade.
Mantinha o cabelo dois palmos abaixo do ombro, eles eram de um castanho puro, mas com um leve toque avermelhado que se podia observar nos dias em que os raios de sol incidiam sobre ele. Mesmo com sol, ventava forte naquele dia no píer, o que proporcionava um remexer em suas madeixas onduladas.

Mesmo com o vento, Meg escuta os passos de uma breve corrida ao longo do píer, ao olhar para trás percebe que seu irmão mais novo, Josh vem até ela, também com seus cachos que eram mais definidos e compactos na cabeça, se remexendo. Ele era magro e mal alcançava em seu ombro, mas já tinha toda a impetuosidade para enfrenta-la, isso lhe fazia rir no fundo, mas ela apenas demonstrava certo autocontrole. Ele ergue os pés para poder chegar mais perto dos olhos dela, lhe abraça e diz:

- Meg, é seu dever cuidar do Ruffus, e você não está fazendo isso. É seu dever também cuidar de todas as minhas coisas e limpá-las, até eu voltar. Vi mamãe falando para você.

- O dever é todo seu, as coisas são suas não vou cuidá-las para você.

- Mas Meg, a mamãe disse e você não pode desobedecê-la. Ao menos cuide até eu voltar, depois não vai ser mais preciso. Está bem?

Ao ouvir tais palavras, a menina que já tinha os olhos marejados por lagrimas, sorri e diz apenas:

- Tudo bem maninho, eu cuido até você voltar, está tudo bem.

Josh dá um breve abraço nela, sai novamente correndo pelo cais, enquanto acena e desaparece em frente seus olhos. O que faz as lágrimas contidas descerem quentes por seu rosto e acolherem a dor em seu peito.

9 de jan. de 2011

Aparente Perfeição.

Kate resolveu dar-se uma segunda chance, abrir seu coração para alguém especial. Então conheceu Richard, em um dia qualquer, sentada nos bancos do parque, observando os pássaros. Ele chegou e lhe perguntou se ainda tinha grãos para jogar no lago. Kate ficou impressionada pela simplicidade do homem com quem conversava. Ela lhe deu os grãos, ele os jogou, mas não foi embora, voltou ao banco, sentou-se e permaneceu conversando por longas duas horas com ele. Mas então, surge uma garota o pega pela mão e assim Kate vê a aliança na mão de Richard, ele se despede e logo se distancia, pegando na mão de sua esposa.

Kate fica desapontada, mas não desiste. Resolve ir á um café, sentar, talvez comer algo e observar mais as pessoas que passavam apressadas por lá. Chegando ao café, ela desanima-se ao perceber que não há mesas para sentar, quando um belo homem, lhe oferece lugar á sua mesa, pois estava sozinho lá. Ela fica muito lisonjeada e aceita, senta-se com ele, que á paga um cappuccino, Kate inicialmente recusa, mas devido a grande nobreza e simpatia de Loren, ela aceita. Eles conversam durantes 45 minutos, entre risadas e comentários indiscretos, então Loren é abordado por um homem, que o beija a face, senta-se na mesa e pega em sua mão. Kate fica imensamente desapontada desta vez, mas não demonstra, continua conversando e percebe que Robbin é tão especial quanto Loren, pois possuía um senso de humor ótimo e era muito cavalheiro.

Vai para casa, escora no peitoril da janela e fica observando as estrelas, chega a conclusão que nunca poderá encontrar uma pessoa perfeita, apenas pedaços de perfeição espalhados em várias pessoas. Então vai até a mesa, pega o telefone, disca aquele número tão familiar e ao primeiro sinal da voz, ainda marejada de lágrimas e rouca por tanto implorar a volta, ela diz:

- Sim, eu quero você, como eu nunca quis antes. Eu te amo, volte John.

6 de jan. de 2011

Onde Tudo Começou. Final.

Sophie foi ao primeiro dia de aula, se sentiu inicialmente deslocada. O lugar era grande e completamente desconhecido, mas mesmo assim, ela tinha sensações de conhecer algumas pessoas, às vezes. Sentou-se calada no canto da sala e não demorou muito para uma garota conversar com ela, e logo de cara fez uma grande amizade, Agatha. Elas eram inseparáveis e conversavam sobre tudo, inclusive sobre o que tinha acontecido com Sophie antes. Agatha gostava de garotas também, e aquilo já era algo muito normal para ela, então soube explicar e tirar várias dúvidas de Sophie.

Agatha e Sophie se davam a cada dia melhor, e ao longo do mês a garota fez ainda mais amizades. Uma em particular muito especial, com Evelyn, que era muito engraçada e querida por Sophie, elas sentavam-se perto na sala de aula e viviam de papo durante a mesma, as risadas não eram contidas muitas vezes e por isso recebiam olhares de repreensão dos demais alunos e professores. Com a garota, Sophie conheceu boa parte das outras fases e agora já possuía várias pessoas conhecidas ali e já não se sentia tão deslocada assim. Além do mais, Evelyn tinha um quê de mau caráter e estava a todo custo tentando levar Sophie ao Pub, que ficava perto da Universidade.

Um dia não resistindo á curiosidade, Sophie se rende á Evelyn e partem as duas para o tal Pub, levando consigo Agatha. O lugar estava completamente cheio, pessoas de todos os tipos e bebidas para todos os gostos, a música alta estava animando boa parte do pessoal, Sophie em particular não gostou nada daquele estilo, mas preferiu não falar nada sobre. Lá Evelyn encontra Jodie, uma velha amiga de sua antiga classe, que agora estava estudando na universidade vizinha. A menina apresenta Jodie ao resto das amigas e logo de cara Sophie simpatiza com ela, e acha até a garota bem interessante, as três amigas convidam a nova garota para beber, e ela senta-se não recusando a proposta.

Sophie começa a observar a garota, querendo tirar algumas conclusões, antes de iniciar algo ou algum interesse por ela. Era uma garota pequena, mal passava do ombro dela, tinha cabelos castanhos escuros, levemente picados um pouco abaixo do ombro, estava com uma regata preta, que destacava os seus peitos, que eram bonitos. Nesse momento Sophie parou o raciocínio, se espantou e pensou.

- Meu Deus Sophie, você está observando o peito de uma garota. O PEITO DA GAROTA. Mantenha o foco.

Voltou a observar, e percebeu que a garota tinha uma corrente de arco-íris muito fofa no pescoço, o que fazia ainda mais Sophie pensar coisas sobre ela.
Olha as horas e sai apressada do Pub, quase perdendo seu ônibus para a casa. Ele estava cheio, mas ela não se importa em ir de pé, apenas analisa demoradamente o dia passado e chega à conclusão de que ele foi muito proveitoso.

As semanas se passam, e Sophie e Jodie mantiveram o contato, agora elas eram amigas, trocavam músicas, filmes e compartilhavam da mesma vontade de ir viajar para a Holanda. As conversas com Jodie sempre eram muito divertidas e o interesse pessoal que Sophie sentia por ela, passou a se transformar em um enorme carinho, como de irmãs. Um dia, andando pela universidade, uma outra amiga de Jodie, confunde Sophie com Natalie e isso provoca muitas risadas e uma grande curiosidade de conhecer essa menina. Jodie fala rindo:

- Quer que eu te apresente ela? Não vai se apaixonar hein.

- Quero sim, que nada. Me apaixonar, não tão cedo isso. De verdade. Ela é legal?

- Quem, a Natalie? Ela é uma figura, tu vai adorar. Só prometa não deixa-la contar as piadas de pinto, por favor.

Sophie não entende o que Jodie quis dizer, mas mesmo assim promete, se despede e combinam de se encontrarem depois da aula no Pub. Mas o encontro não acontece, e outras tantas vezes elas saíram juntas, mas Sophie nunca conheceu a famosa Natalie, até esqueceu-se do tal encontro. Então em uma quarta-feira, a sala de Sophie sai pouco depois do início da aula, e vão ao Pub. O pessoal junta dinheiro e começam as rodadas de Chopp, até que Evelyn avista Jodie e acena. Jodie vem em direção á mesa do curso das garotas, quando Sophie percebe que há pessoas com ela, um garoto alto e magro, com um sorriso simpático no rosto e uma garota. A garota mais linda que ela já vira na vida, ainda mais bonita do que Audrey.

Ela era alta, com os cabelos negros, a pele branca, os olhos de um azul; da cor no mar no dia mais limpo que Sophie poderia lembrar na vida e um sorriso brilhante no rosto. Perfeitamente saída de um conto de fadas. Eles chegam na mesa e ela não consegue tirar os olhos da garota, ela tenta e muito. Mas há algo nela, algo naqueles olhos, o modo como ela encara as pessoas, que deixa Sophie desnorteada. Jodie dá um cutucão na amiga e ela se recompõe, mas ainda sim, fica tentada a olhar para a garota. Eles conversam animadoramente, Jodie, Agatha, Sophie, Evelyn e o garoto, que se chamava Brian. Mas a menina dos olhos cor de mar, só ouve calada, como se aquilo não importasse para ela, como se as pessoas dali fossem insignificantes e ela fosse uma deusa intocável. Isso aumenta cada vez mais o fascínio de Sophie por ela, como se tivessem acendido uma pequena labareda, um fogo latejante em seu corpo, que começou a subir e lhe trouxe conforto.

Sophie não entendia, mas sabia que não queria aquilo, sabia o que aquele calor traria e definitivamente ela não queria passar por aquilo de novo. Não tão cedo, não agora, que ela estava feliz. Não. Então Jodie olha para Sophie, olha para a garota e diz:

- Sophie, esta é Natalie. Natalie, Sophie.

A garota move a cabeça imperceptivelmente para observar Sophie, e fala:

- Oi.

Voltando sua atenção ao que as outras pessoas falavam.

Sophie sente o fogo se esvair, e uma onda de insegurança lhe percorrer o corpo, suas mãos suam e um nó se forma na garganta. Formula várias coisas na cabeça como:

- Não, cale a boca, não fale comigo, não quero gostar de você, saia daqui, não quero conversar...

Mas o que diz é apenas uma palavra simples:

- Oi.

Então tudo volta, todas as sensações de sete meses atrás e Sophie percebe, o que ela menos queria, como um sussurro em sua cabeça.

- Sophie Shalter, vai se apaixonar de novo. Sophie Shalter, vai se apaixonar de novo. Sophie Shalter, vai se apaixonar de novo. Sophie Shalter, vai se apaixonar de novo...