16 de fev. de 2011

Quando Tudo Voltar

Meg sentou-se da beira do cais, tocou levemente com a ponta dos seus pés, a água. Ela estava fria, o que lhe provocou um longo arrepio que percorreu por todo seu corpo, fazendo os pelos do sua nuca se erguerem em protesto. Aquela era uma menina quieta, mas não fechada, só não sentia a necessidade de toda hora falar, mas quando necessário mostrava o quão forte era sua personalidade.
Mantinha o cabelo dois palmos abaixo do ombro, eles eram de um castanho puro, mas com um leve toque avermelhado que se podia observar nos dias em que os raios de sol incidiam sobre ele. Mesmo com sol, ventava forte naquele dia no píer, o que proporcionava um remexer em suas madeixas onduladas.

Mesmo com o vento, Meg escuta os passos de uma breve corrida ao longo do píer, ao olhar para trás percebe que seu irmão mais novo, Josh vem até ela, também com seus cachos que eram mais definidos e compactos na cabeça, se remexendo. Ele era magro e mal alcançava em seu ombro, mas já tinha toda a impetuosidade para enfrenta-la, isso lhe fazia rir no fundo, mas ela apenas demonstrava certo autocontrole. Ele ergue os pés para poder chegar mais perto dos olhos dela, lhe abraça e diz:

- Meg, é seu dever cuidar do Ruffus, e você não está fazendo isso. É seu dever também cuidar de todas as minhas coisas e limpá-las, até eu voltar. Vi mamãe falando para você.

- O dever é todo seu, as coisas são suas não vou cuidá-las para você.

- Mas Meg, a mamãe disse e você não pode desobedecê-la. Ao menos cuide até eu voltar, depois não vai ser mais preciso. Está bem?

Ao ouvir tais palavras, a menina que já tinha os olhos marejados por lagrimas, sorri e diz apenas:

- Tudo bem maninho, eu cuido até você voltar, está tudo bem.

Josh dá um breve abraço nela, sai novamente correndo pelo cais, enquanto acena e desaparece em frente seus olhos. O que faz as lágrimas contidas descerem quentes por seu rosto e acolherem a dor em seu peito.

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