16 de dez. de 2010

Onde Tudo Começou. Capítulo Um.

Outra manhã em que Sophie Shalter acordava prevendo seu dia. TV, comer, escola, TV, comer, dormir. E isso se estenderia pelos 365 dias do ano, ou pelo menos até que terminasse novembro (mês em que se encontrava) e chegasse o tão esperado dezembro, e até ela chegar á tão esperada faculdade. Então ela levanta, vai á frente do espelho e prende seu longo cabelo castanho, que particularmente era uma coisa bem estranha, pois possuía aos olhos de Sophie, pelo menos uns três tons de castanho. Mas ela não ligava, o achava bonito, com algumas pontas onduladas e outras partes lisas. Reparou que acordara também, sem nenhum sinal de olheiras, o que para alguém que possuía o hábito de dormir muito tarde, não era normal. Ela achou bom, pois a ausência delas realçava a cor de seus olhos âmbares.

Sophie, ao contrário da média, era uma garota alta (demais, pensava ela), e não muito preocupada em ter uma aparência impecável para os outros. Havia chego a um estado que somente se vestia e ia para a escola por pura rotina e isso não á incomodava, aliás, rotina nunca á incomodara, ela achava isso bom, pois não precisava pensar em coisas, á não ser sobre o mundo que gostaria de viver; localizado nos seus pensamentos diários.
Então ela come, não muito. Veste o uniforme da escola, que este ano estava muito mais digno do que os outros, pega seu Ipod e segue ao ponto do ônibus, que á levaria até a escola. Lá encontra suas amigas Anne e Susan que durante o trajeto todo, conversam animadoramente sobre o novo menino que entraria na sala das três, no dia.

Mas Sophie é diferente, não se interessa nenhum pouco por isso, e fica pensando qual o motivo de tanta euforia, por somente um simples garoto? Não que ele fosse diferente de tantos outros, e não que ele não fosse fazer o que todos eles faziam e que acabava sempre a machucando, no final. Mas dessa vez não, pensava ela, não iria se deixar levar por essas coisas, se aplicaria nos estudos e tentaria fazer o tão desejado curso, de Cinema. Ao fundo ouvia os planos das amigas e ia achando aquilo cada vez mais escroto e sem sentido. Susan dizia:

- Será que ele é gostoso? Porque se for, é meu hein amiga...
Anne retrucava dizendo:
- Seu nada, vai ver quem ele vai preferir. Com ar de superioridade, que já era marca registrada dela.

E ambas riam de tudo aquilo, e por mais que Sophie aumentasse o volume da música em seus fones, ainda podia ouvir, ao longe, sem nenhum esforço a intenção por trás da amizade das amigas, com o novo menino. O que á fazia pensar, porque elas eram assim, porque todas as pessoas eram assim, enquanto ela era tão diferente? Talvez a única diferente, no meio de tantos iguais. Isso era algo que á assustava e muito.

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