16 de dez. de 2010

Onde Tudo Começou. Capítulo Dois.

Ao chegarem ao ponto de descida, Sophie espera todos descerem, para então seguir á escola, ela não tinha pressa para chegar, não tinha o mínimo interesse naquele lugar ultimamente, nada que lhe fizesse querer ir para lá. Andando descompassadamente, chuta pedrinhas ao longo do asfalto, até passar pelo grande portão da escola.

Ela dá um grande suspiro e pensa: – Vamos á tortura diária então, se bem que hoje tem literatura, algo que me agrada nessa maldita escola.

Pensa também em apressar o passo, para chegar logo na sala, e não ter que presenciar a lamentável confusão, que causará a chegada do tal aluno novo. Mas como sempre, a preguiça é mais forte, e ela detém-se a somente olhar para os lados e manter seu passos calmos em direção ao hall.

E foi nesse exato momento, que algo aconteceu, como se tivessem alterado a cor do fundo de todo o mundo, ou tivessem aumentado a sua saturação, porque tudo passou de um preto, branco e cinza, para algo colorido. Ela vê, sentada em um banco lateral a porta, uma pessoa completamente diferente de todas que ela já tinha visto, não sabia dizer no que esta pessoa se diferenciava, era algo sem explicação. Ela possuía quase um brilho próprio, como se um refletor á iluminasse, e o simples movimento de balançar a cabeça no ritmo da música e cantá-la, gerou em Sophie um dos maiores fascínios de sua vida, ela suou frio e aquele momento pareceu ter sido parado, pois ela sentia como se tivesse ficado séculos observando tal figura sentada. Isso até que seus olhares se cruzaram, e Sophie sentiu suas bochechas quentes, o que não era normal para ela.

E mesmo a pessoa estando muito longe para vê-la, ela sentiu vergonha, como se o que acabasse de ter feito, fosse uma coisa totalmente proibida. Sophie lamentou que antes de subir apressadamente ás escadas, evitando todos até mesmo suas melhores amigas, não tivesse reparado em mais nenhuma expressão no rosto da pessoa, a não ser uma enorme curiosidade. Pois o completo fascínio que a tomara, impediu toda a sua percepção de se manifestar. Ela só viu repetidamente aqueles olhos castanhos profundos, lançando olhares curiosos em direção á ela, sua boca com um pequeno sorriso esnobe no canto, que mexia de acordo com a letra da música, que a imaginava ser alguma em inglês. O cabelo, castanho claro, picado na altura dos ombros e o jeito jogado de como ela sentava no banco, apoiando sua mochila nas pernas.

Sophie ficou por horas durante a aula, vendo essa mesma cena em sua cabeça, horas de uma felicidade estranha, que vinha de sei lá onde e lhe provocando um frio na barriga e forçando um sorriso entre seus lábios.

Nenhum comentário:

Postar um comentário