16 de dez. de 2010

Onde Tudo Começou. Capítulo Três.

Mas o mais incompreensível para ela, não era todo esse sentimento que sentira, ou como isso foi repentino. Mas o fato de tudo isso, todo o fascínio, o momento de pausa do mundo e boa parte da tarde passada longe da aula, perto da imagem da pessoa, era por causa de uma garota. Sim, uma garota! Menina, do sexo feminino. Sophie estava começando a se achar louca, e isso á deixou um pouco perturbada, então pegou seu Ipod e algum dinheiro em sua mochila e saiu para o intervalo, precisava respirar, sentar em algum canto e se distrair conversando com suas amigas, até o papo sobre o garoto novo lhe serviria agora. Porém nenhuma delas quis sair, preferiram ficar na sala, falando sobre ele e definitivamente, ela precisava de ar puro. Desceu as escadas com pressa, torcendo muito para que não encontrasse a tal garota e pensou em comprar uma Coca-Cola, uma das únicas coisas que ajudariam acalmá-la agora. Pega a fila, que era de algumas poucas pessoas e atrás de si, ouve barulhos de moedas caindo, educadamente abaixa-se e ajuda a juntá-las, e quando se vira para devolvê-las ao dono, vê de todas, a pessoa pela qual menos torcia. A garota do banco.

Devolve as moedas rapidamente, colocando sobre a mão da menina e sai da fila, sem nem ao menos comprar a Coca-Cola e tendo a certeza de que suas bochechas ficaram vermelhas, sua respiração ofegante e sua cara, patética. Se dirige ao outro lado da escola, senta em um banco, um pouco isolado e fica á espera do sinal bater. Começa a pensar coisas sem sentido, que não sabia nem ao certo explicar o que eram, mas uma pessoa interrompe seu fluxo mental, ao sentar do seu lado, então ela percebe que essa pessoa era a garota. E pensa: - Porque diabos, com tanto lugares livres na escola, ela tem de vir sentar ao meu lado, nessa droga de banco?

Sophie permanece olhando para frente, tentando á muito custo, controlar sua respiração, que começava a vacilar. Tendo a garota á centímetros de si, sentia todo o seu corpo formigar, mas nada o silêncio permanecia. Até que com um movimento brusco, a garota se vira para Sophie, estende a mão, sorri e diz:

- Oi!
Sophie não sabia o que dizer, sentiu que queria correr dali, ao mesmo tempo em que queria ficar, pensou em várias coisas, mas somente o que conseguiu dizer foi:
- Oi!
Apos alguns momentos a garota, ainda olhando para Sophie fala, estendendo a mão:
- Meu nome é Audrey.

Sophie pega na mão de Audrey para cumprimentá-la e sente a pele de sua mão muito gelada, mas ainda sim de uma delicadeza grande. Enfim olha para a garota, sentada a sua frente e diz:

- Meu nome é Sophie. Sophie Shalter, prazer em conhecer você, é, huum. Audrey... ?
Audrey completa:
- Zuton, Audrey Zuton.

Então o sinal bate, Sophie se despede rapidamente de Audrey e corre em direção a porta do hall. Com uma expressão pálida e assustada, entra na sala, já com a professora e senta no fundo, ao lado da janela. De onde pode ver, Audrey indo para sua sala, com passos calmos e lentos. Como se nada tivesse acontecido e aquilo tivesse sido algo totalmente normal. Sophie vira para frente, e decide tentar prestar atenção na aula de literatura, que era, por sinal a melhor aula do dia. Mas todos os esforços seriam em vão, pois sabia que não deixaria de pensar um só segundo no sorriso de Audrey, e na estranha frieza de sua mão, contrastando com a maciez. E nem sequer do nome da garota, Audrey Zuton pensou, que nome bonito.

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