16 de dez. de 2010

Onde Tudo Começou. Capítulo Oito.

No outro dia, Sophie é acordada pelo toque do celular, coisa que não suporta. Mas ao ver de quem se tratava, esboça um sorriso de orelha á orelha. Era Audrey. Atende.

- E então, porque não foi á festa ontem?
- Eu fui á festa ontem.
- Como assim foi? Eu não vi você lá. Que pena.
- É, mas adivinhe, eu vi Lara. E mais do que vi, eu conversei com ela.

Sophie fica muda ao telefone. Audrey conitnua:

- Enfim, não posso demorar. Só liguei para dizer, que preciso conversar com você. Até mais.

E então, desliga não dando oportunidade de Sophie ao menos saber do que se tratava. Suas mãos começam a tremer e o suor lhe brota na testa. Pensa no que Lara disse ontem á noite, e se ela realmente teria feito aqui. Não, ela não poderia ter feito aquilo. Ela não poderia ter contado tudo á Audrey, não agora que as duas estavam se dando tão bem.
Sophie almoça e se arruma para ir á escola. Mas não queria, não queria ter essa tal conversa com Audrey, e se ela nunca mais falasse com Sophie? Ou sei lá, alguma coisa pior, que ela não conseguira pensar. Tentou arranjar desculpas para faltar, mas viu que isso não adiantaria, só lhe adiaria a tortura. Então alçou a mochila ás costas e partiu com o ônibus para a escola.

Ao chegar lá, pode ver Audrey esperando-lhe no portão, desceu e tentou passar direto por ela, ir para á sala e lá se refugiar até a partida para casa. Mas em uma fração misteriosa de um segundo, Audrey lhe pega pelo pulso e a puxa do meio do fluxo de pessoas, á olha nos olhos e diz:

- Venha comigo, precisamos conversar em um lugar mais calmo.

Sophie apenas assentiu com a cabeça e segui a garota. Retiraram-se para um canto mais afastado da escola, aonde pouca gente ia, era uma sombra embaixo de algumas árvores, Sophie sentou-se, pegou um pequeno galho e ficou esperando que Audrey começasse a falar. Audrey fez menção em falar, mas logo exitou. Ficou em silêncio por alguns minutos e então disse:

- Olha, eu realmente gosto muito de você, mesmo. É uma das meninas que eu conheci, que foram mais legais comigo e tal. E quando enquanto eu estive aqui, fez amizade comigo... Mas assim, eu não sou gay.

Sophie olha para Audrey como se tivera cometido um pecado mortal, enxe seus olhos de lágrimas e fala baixinho:

- Mas a Lara disse que...
- Não importa o que disseram, eu estou dizendo que não, eu não fico com garotas, por mais que pareça e tal. Não rola.

Sophie não sabia o que fazer, nunca sentira tanta vergonha na vida, mas algo dentro dela dizia que aquilo tudo era mentira, que não poderia ter se enganado tão fácil assim com Audrey. Então a menina continua:

- Escuta Sophie, não quero deixar de ser sua amiga, mas tenho de admitir que as coisas vão mudar daqui pra frente. Não posso garantir nada.

Sophie não fala nada, consente, levanta com os olhos ainda cheio de lágrimas e sai, deixando Audrey ali, nas sombras das árvores.

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